Fui percebendo aos poucos, que as coisas vêm e vão, e que a vida passa rápido, e quando nos damos conta, tudo se passou. Rápido o suficiente para não percebermos que momentos únicos que vivemos, passaram, e não nos demos conta de quanto cada minuto vivido, faz parte do show da vida, do filme que fazemos enquanto vivemos, e que isso não tem volta, o tempo continua passando rápido.
A vida não tem replay, o máximo que podemos fazer, é relembrar de momentos vividos, e ver o quanto eles eram tão únicos, e deveríamos ter apreciado cada segundo um pouco mais. Um sorriso, um abraço, uma palavra, uma expressão, um olhar silencioso e profundo, é o bastante para nos fazer feliz, pois sentimentos sinceros são contagiosos.
O tempo não pára. Todos nós um dia morreremos. E carregamos esse fardo na cabeça durante toda nossa vida, às vezes, deixando a vida de lado, por imaginar que tudo terá um fim. Pessoas pisam, humilham outras, por serem declaradas melhores, diante da sociedade. Sociedade essa, que ridiculariza o termo “Humanidade”, destruindo o conceito do que é moralmente certo ou errado. Países entram em guerra, pessoas matam outras, sociedades se dividem em lados opostos. O sentimento do ser humano se massifica hoje em ambição.
Ainda sim, diante do sentido do que a vida realmente é, as pessoas ignoram completamente o fato, que a vida um dia acaba, pelo menos, aqui, no mundo em que vivemos. E não se dão conta, de que passa rápido, e que temos que viver enquanto há tempo. Que temos que deixar uma parte de nós nesse mundo, pois todos nós, não nascemos em vão.
Negro, branco, pobre, rico, homem, mulher, grande, pequeno, alto, baixo, bonito, feio, problemático. Todos iguais, nascem, vivem, e morrem. Ninguém, em especial, foge da regra da vida. Mas, sobretudo, alguns se acham especiais ao ponto de se dizerem superiores, por serem por fora, algo que todos vêem como melhor, enquanto por dentro, não há nada mais comum.
As pessoas têm perdido o dom de amar, e ser feliz. Pois não há felicidade, sem o amor próprio, e o amor ao próximo. Se fazem próprios donos de sua infelicidade. Unem-se hoje, por dinheiro, status, fama, beleza, e não mais, por amor. Os olhos da sociedade brilham, quando vêem algo, ou alguém, que é visto como melhor na sociedade. Tantas coisas são melhores, e não precisam estar enfeitadas por fora. Tantas pessoas têm um brilho interno tão forte e reluzente, mas nós nos tornamos pessoas superficiais, e podres por dentro. Ao ponto de sermos cegos, e não enxergarmos a beleza interior dos outros.
Nós só damos valor às coisas, quando às perdemos. Quando vemos que não há mais chance de valorizar o que tinha um valor imenso. Tarde demais. O tempo não pára, e a vida não tem replay. Não devemos viver em função do amanhã, e sim de hoje, pois o amanhã é incerto. Não deixar nada para depois, não deixar o tempo passar, pois o amanhã, não pode nem chegar.
Há pouco tempo, eu aprendi a ver as coisas além do que elas são. Olho para areia da praia, e imagino tudo o que está se passando por ali naquele momento. Olho para um objeto qualquer, e vejo muito além do seu sentido óbvio. Tenho assim, enxergado as coisas com muito mais clareza, e subjetividade. Às vezes tudo é exatamente como parece ser, às vezes.
Apesar de TUDO, de como TODAS as coisas hoje estão, ainda sim, encontra-se pessoas que vêem o mundo de uma forma diferente, pessoas que ainda têm coração, pessoas que riem, choram, pulam, dançam, abraçam, sentem. Pessoas que vivem. Que dão o merecido valor às pessoas que te rodeiam, que contagiam essas pessoas com felicidade, com sorrisos sinceros e profundos. Pessoas que acreditam em outras pessoas. Pessoas que fazem o bem. São pessoas assim, que me fazem viver, e ser feliz, que me fazem andar e não olhar pra trás, não desistir e seguir em frente.
(Victor Hugo A. Leite Santos)
