quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O ANJO


O meu anjo da guarda de asas negras
Tem uns olhos tão verdes como os teus.
E a mesma pele mate e... Benza-o Deus!...
Também teus mesmos lábios dolorosos...
Como o prendeste assim num sortilégio,
Para ficares – sempre – junto a mim?!
Ou fui eu que inventei tua aparência,
Nesta longa loucura em remédio...
Pois não só neste como no outro mundo
O quanto eu vejo se transforma em ti.
Sei lá se o Anjo entende uns tais mistérios...
Só sei que certa noite o pressenti...
Mas baixei os meus olhos incestuosos
E os meus lábios sacrílegos mordi!